quarta-feira, 28 de outubro de 2015
terça-feira, 14 de julho de 2015
Brincar na Escola - Psicomotricidade
BRINCAR
NA ESCOLA
Para
a criança brincar é a função vital e, caso não brincasse, teria perdas
psicológicas fundamentais.É através do brincar que se realizam várias
aprendizagens, inclusive de conteúdos pedagógicos. No entanto, isso ocorre de
forma diferente do tradicional, porque se faz por prazer, com iniciativa
espontânea e criativa.
O
que se observa por aí, nas Escolas, em geral, é a grande dificuldade do
educador se dispor a brincar com seu aluno. Muitos acham que o sentido lúdico
da aprendizagem pedagógica está voltado apenas para a Pré-Escola. E o pior que
se constata é que, inclusive algumas Pré-Escolas não se permitem brincar,
jogar, criar com suas crianças.
É
importante que a proposta do brincar não seja feita apenas em ocasiões
especiais, como a semana da criança, por exemplo, onde tudo é permitido e
valorizado, e que, a utilização de certos materiais, como barro, tinta, água e
outros seja esporádica.
É
fundamental que nós, educadores, através de nossas, vivências, nos perguntemos
a cada dia: até que ponto nos envolvemos nessas atividades não rotineiras que
transtornam e dão mais trabalho? Ou até que ponto nos envolvemos porque
realmente sentimos prazer no contato com a tinta, com o barro? E ainda, tentar
nos remetermos à infância, lembrando as experiências tidas. Se formos crianças
que lidamos com esses materiais e os elementos da natureza - ar, água, fogo e
terra? Se proporcionarmos á criança pelo menos no ambiente escolar situações e
atividades onde ela expresse espontaneamente sua criatividade, podemos ter
certeza que estaremos fornecendo a ela condições mais favoráveis de relação com
ela mesma e com o mundo. Nunca deixemos de lado o respeito pelo ritmo e tempo
do outro (a criança), para com aqueles que se permitem, como por aqueles que se
negam a participar da proposta.
Para
se chegar a pensar assim e adotar uma postura de educador diferente da
tradicional é necessário disponibilidade corporal, de pensamento e treinamento,
através de vivências quase que diariamente, cursos de aperfeiçoamento, leitura
e convivência com grupos infantis,
Existem
muitas oportunidades para que o educador se desenvolva e cresça. É sé ele
acordar e querer.
Particularmente,
somos favoráveis à postura de Psicomotricista, porque acreditamos que através
do desenvolvimento psicomotor o indivíduo se integra harmonicamente com
movimentos do seu corpo e a sua emoção. Para que o educador passe de forma
natural e lúdica para seus educandos, os conteúdos, sejam eles pedagógicos ou
não, é preciso que vivencie em si essas propostas, brincando jogando,
expressando, permitindo-se.
E
a Psicomotricidade consegue de forma bonita e agradável propor essa
aprendizagem, inclusive para o adulto.
Tudo
é muito sério na Educação.
Se
pensarmos que lidar com esses materiais e atividades vai proporcionar registros
em termos de maturidade emocional, dando-lhes condições para ter uma estrutura
rica e forte nas relações com o mundo e com as pessoas, nos disporemos, SEMPRE
a essas propostas. Brincar com água não faz mal, relaxa, aclama. Brincar com
ar, renova, abastece. Brincar com fogo, se bem manipulado, ilumina a mente.
Brincar com terra e tinta não suja, energiza, dá prazer. Se você se justifica
em dizer que não tem tempo nem espaço, não se esqueça que ainda é possível:
-
Abrir a janela e respirar fundo;
-
Acender velas ... de vez em quando;
-
Tomar banhos de mangueira e fazer
bolhas de sabão;
-
Amassar a massa de modelar e o barro
mesmo na área de serviço ou sobre o jornal e criar livremente.
Lembra que
brincar é tão importante quando comer, dormir e beber. Se permita, vai ser
preciso só uma vez para você querer brincar sempre.
E se você tentar e não conseguir, nas se sinta
inferior em pedir ajuda. Vale a pena investir em você como educador!
Artigo
escrito por Vera Maria Carvalho, psicóloga, psicomotricista e educadora para um
pequeno jornal de educação de Curitiba. veracarvalho@veracarvalho.com
Família e Empresa - duplo desafio
Família e empresa
– duplo desafio
Vera Maria Carvalho
Psicóloga,
Coordenadora de projetos e de desenvolvimento de pessoas da Nova Forma –
Assessoria e Desenvolvimento.....vide currículo no
final do texto.
Entendendo família como um todo
organizado em níveis hierárquicos formados por partes interdependentes, que
influenciam e são influenciadas, podemos também pensar sobre o que ocorre na
relação do sistema familiar em uma empresa pertencente a uma mesma
família. Será que os filhos desejarão
continuar com o negócio que o avô criou e que a atual geração – os netos -
demonstra não mais querer mantê-lo?
As diferentes configurações familiares
na atualidade demandam variadas tarefas aos subsistemas que formam o sistema
familiar e este aos seus membros. A abrangência dos subsistemas é grande e vai
do estabelecimento de vínculos até a sua manutenção para funcionamento saudável
da família. Embora haja diferentes configurações familiares, nos deparamos
sempre com o modelo tradicional que consta de subsistema individual, subsistema
conjugal, subsistema parental, subsistema filial e subsistema fraternal,
acompanhados de funções específicas e dependendo de que contexto e cultura
estejam inseridos.
Na formação das empresas familiares a
configuração do sistema se depara com três subsistemas específicos: família,
patrimônio e empresa (Passos, Bernhoeft e Teixeira – Família, Família, Negócios
à parte – Editora Gente, pág. 49 - 2006:)
Compreender o funcionamento desta
arquitetura e sua dinâmica é fundamental para que a família, também empresária,
tenha condições de administrar o negócio e as relações pessoais familiares. Nem
sempre os membros da família participam diretamente das atividades da vida
empresarial. Há famílias com membros que chegam a ignorar o trabalho que é empreendido
na empresa de onde sai, por exemplo, o dinheiro para o pagamento de suas
despesas com escola, carros, viagens.
O conceito de empresa familiar é
aquela em que o controle é exercido por uma ou mais famílias, ou seja, os
principais sócios da organização são os fundadores ou os seus descendentes.
Portanto, um sistema que tem como característica o controle societário implica,
também, em relações de negociação sobre interesses pessoais dos membros daquela
família.
Nem sempre o que o pai quer, ou a mãe
sonha é compartilhado ou aceito pelo filho mais velho, a filha que deseja ser
independente ou o caçula que quer ser, por exemplo, peão em rodeios de touros.
Algumas vezes as relações de negociação se complicam mais quando entra em cena
o genro ganancioso, a nora que quer mudança de “status” social, ou o filho que
deseja, a todo custo, tirar o pai da administração do negócio da família, para
imprimir a ele o seu estilo, com acertos e possíveis erros, o que ninguém
aceitaria sem antes ensejar discussões, brigas e desentendimento entre os
sócios, membros da família.
A existência simultânea e a interação
dos três subsistemas da empresa familiar fazem com que a dinâmica das
sociedades familiares enfrente questões de ordem emocional, legal, patrimonial
e empresarial, influenciando também a dinâmica da família. Cada um dos
subsistemas – família, patrimônio e empresa - atua nos membros da família de
forma distinta, dependendo do seu grau de envolvimento nas atividades da
empresa e/ou no seu papel funcional na família.
O grande desafio dos membros da
empresa familiar que atuam direta ou indiretamente na sua administração reside
na delimitação das fronteiras entre o papel familiar e o papel profissional. Um
duplo desafio: o de manter a empresa e seu negócio e o de manter as relações
familiares sem conflitos.
Muitas vezes estes conflitos aparecem
quando não há a delimitação do que é profissional e do que é familiar. Quando o
pai-empresário age como administrador os membros da família podem questionar
que a decisão tinha que ser apenas como pai. Noutras decisões, quando o
empresário-pai age como pai, o filho pode se sentir desqualificado enquanto
profissional e integrante da administração da empresa. Nas duas possibilidades,
sempre haverá interferência do que é familiar com o que é apenas empresarial,
profissional por excelência.
Quando há um conflito entre estes
aspectos, o pai pode agir como empresário e magoar o filho que se mostra apenas
filho, ou quando o filho é tratado como se fosse apenas filho, sendo
desqualificado como profissional que também é. Isto pode acontecer, também, nas
relações conjugais. O marido quer a empresa numa direção e a mulher, noutra. Em
casa, há uma ampliação do impasse e as relações marido-mulher se estremecem. No
final da história, empresa mal administrada e casal insatisfeito.
Facilmente as queixas se repetem em
diferentes empresas familiares e nas famílias com relação ao espaço de
autonomia, o reconhecimento das competências profissionais dos seus membros, os
estilos e modelo de gestão adotado e os sentimentos que se misturam às decisões
empresariais interferindo nas relações pessoais, tornando frágeis os vínculos e
levando as pessoas a conflitos maiores, chegando até, ao rompimento ou
afastamento da empresa e o estabelecimento de mágoas familiares de difícil
reparação.
O duplo desafio que as empresas
familiares enfrentam - ser competente e rentável no mundo dos negócios e
proporcionar bem-estar e felicidade para todos os membros da família –
necessita de ações conjuntas que promovam a valorização coletiva dos membros
que participam daquele sistema a partir de recursos da própria família e seu
funcionamento ou de recursos externos que os auxiliem a compreender a dinâmica
familiar na administração da empresa, neste caso, com a contratação de profissionais
especializados em consultoria e assessorias específicas que tenham visão
sistêmica sobre o funcionamento geral da empresa e as diferentes áreas que a
compõem. Nem sempre o esforço interno é eficaz na resolução dos conflitos, e
por uma atitude tardia, em busca de ajuda, a empresa poderá ter prejuízos
financeiros e patrimoniais assim como a família pode estabelecer um sofrimento
permanente.
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