BRINCAR
NA ESCOLA
Para
a criança brincar é a função vital e, caso não brincasse, teria perdas
psicológicas fundamentais.É através do brincar que se realizam várias
aprendizagens, inclusive de conteúdos pedagógicos. No entanto, isso ocorre de
forma diferente do tradicional, porque se faz por prazer, com iniciativa
espontânea e criativa.
O
que se observa por aí, nas Escolas, em geral, é a grande dificuldade do
educador se dispor a brincar com seu aluno. Muitos acham que o sentido lúdico
da aprendizagem pedagógica está voltado apenas para a Pré-Escola. E o pior que
se constata é que, inclusive algumas Pré-Escolas não se permitem brincar,
jogar, criar com suas crianças.
É
importante que a proposta do brincar não seja feita apenas em ocasiões
especiais, como a semana da criança, por exemplo, onde tudo é permitido e
valorizado, e que, a utilização de certos materiais, como barro, tinta, água e
outros seja esporádica.
É
fundamental que nós, educadores, através de nossas, vivências, nos perguntemos
a cada dia: até que ponto nos envolvemos nessas atividades não rotineiras que
transtornam e dão mais trabalho? Ou até que ponto nos envolvemos porque
realmente sentimos prazer no contato com a tinta, com o barro? E ainda, tentar
nos remetermos à infância, lembrando as experiências tidas. Se formos crianças
que lidamos com esses materiais e os elementos da natureza - ar, água, fogo e
terra? Se proporcionarmos á criança pelo menos no ambiente escolar situações e
atividades onde ela expresse espontaneamente sua criatividade, podemos ter
certeza que estaremos fornecendo a ela condições mais favoráveis de relação com
ela mesma e com o mundo. Nunca deixemos de lado o respeito pelo ritmo e tempo
do outro (a criança), para com aqueles que se permitem, como por aqueles que se
negam a participar da proposta.
Para
se chegar a pensar assim e adotar uma postura de educador diferente da
tradicional é necessário disponibilidade corporal, de pensamento e treinamento,
através de vivências quase que diariamente, cursos de aperfeiçoamento, leitura
e convivência com grupos infantis,
Existem
muitas oportunidades para que o educador se desenvolva e cresça. É sé ele
acordar e querer.
Particularmente,
somos favoráveis à postura de Psicomotricista, porque acreditamos que através
do desenvolvimento psicomotor o indivíduo se integra harmonicamente com
movimentos do seu corpo e a sua emoção. Para que o educador passe de forma
natural e lúdica para seus educandos, os conteúdos, sejam eles pedagógicos ou
não, é preciso que vivencie em si essas propostas, brincando jogando,
expressando, permitindo-se.
E
a Psicomotricidade consegue de forma bonita e agradável propor essa
aprendizagem, inclusive para o adulto.
Tudo
é muito sério na Educação.
Se
pensarmos que lidar com esses materiais e atividades vai proporcionar registros
em termos de maturidade emocional, dando-lhes condições para ter uma estrutura
rica e forte nas relações com o mundo e com as pessoas, nos disporemos, SEMPRE
a essas propostas. Brincar com água não faz mal, relaxa, aclama. Brincar com
ar, renova, abastece. Brincar com fogo, se bem manipulado, ilumina a mente.
Brincar com terra e tinta não suja, energiza, dá prazer. Se você se justifica
em dizer que não tem tempo nem espaço, não se esqueça que ainda é possível:
-
Abrir a janela e respirar fundo;
-
Acender velas ... de vez em quando;
-
Tomar banhos de mangueira e fazer
bolhas de sabão;
-
Amassar a massa de modelar e o barro
mesmo na área de serviço ou sobre o jornal e criar livremente.
Lembra que
brincar é tão importante quando comer, dormir e beber. Se permita, vai ser
preciso só uma vez para você querer brincar sempre.
E se você tentar e não conseguir, nas se sinta
inferior em pedir ajuda. Vale a pena investir em você como educador!
Artigo
escrito por Vera Maria Carvalho, psicóloga, psicomotricista e educadora para um
pequeno jornal de educação de Curitiba. veracarvalho@veracarvalho.com
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